Dia 55: A paz real
31 jul 2022, 00h00
A última frase da cruz, quase inaudível, tão fraca a força da fala de Jesus, foi:
— Está consumado.
É como se dissesse: “Pai, obrigado. Tudo saiu como planejamos”.
Na cruz e a partir da cruz, vem o plano de oferecer gratuitamente ao ser humano a oportunidade de ser salvo do poder do mal, que se manifesta em egoísmo e guerra.
Do monte Gólgota e a partir do monte Gólgota, desce o derramamento sobre todos da graça salvadora e educadora de Jesus, como água potável jorrando de uma Fonte que jamais se esgota.
No olhar em consórcio do Pai e do Filho, surge o desejo de rasgar o véu que separava de Deus as pessoas, véu tecido inconsutilmente pelo pecado.
No cume da barra vertical que a visão não alcança o fim, desenrola-se o projeto de trazer o céu à terra por meio de um corpo pendido.
Nos braços forçadamente abertos do Raboni, mas transformados em braços amorosamente abertos, ouve-se o convite a todos os cansados e oprimidos.
No martelo que pregou a condenação de Jesus, publica-se o decreto da absolvição de todos que se ajoelham diante dele.
“Está consumado”.
A paz, proferida pelos lábios de Jesus e exposta no seu corpo, é plenamente possível.