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Eu Creio que missões são a vontade de Deus para a sua Igreja

E no que consiste a missão da Igreja?
6 ago 2020, 00h00

Deus é um missionário e todos os que assumem a missão de Deus se tornam parceiros dele. Na criação, o Espírito de Deus se movia no caos, e o transformou (Gênesis 1). No êxodo, Deus se moveu com o povo, protegendo-o dos egípcios e de faraó (Êxodo 1-12). Na cruz, Deus recebeu o castigo que nos traz a paz (Isaías 53, Lucas 23.26-56). Em todas as missões assumidas por Deus, a dificuldade, a luta e a desolação foram transformadas por seu poder operando em favor de seu povo.

Deus, em suas ações missionárias, chamou parceiros. Para nomear/governar a criação, os parceiros foram Adão e Eva (Gênesis 2.19). Para libertar o povo de Israel da escravidão no Egito, o parceiro foi Moisés (Êxodo 3-4). Para estender o poder redentor da cruz, Deus estabelece uma parceria com a Igreja (1 Coríntios 12.28-31, Efésios 1.22-23, 2 Coríntios 5.18-19).

Em suma: a Igreja, toda ela, não apenas os vocacionados, é missionária. É parte de sua identidade.

E no que consiste a missão da Igreja? Estender a vontade de Deus, manifesta desde a criação, para que homens e mulheres possam experimentar essa vontade em suas vidas, o que os torna parte da família de Jesus (Marcos 3.35). E qual é a vontade de Deus, afinal, para a humanidade?

A vontade de Deus é que as pessoas nasçam de novo, experimentem uma nova vida (João 1.11-13). Que os nascidos de novo aprendam e vivam o evangelho, para experimentarem plenamente a graça de Deus (João 7.16-17). Que nas dificuldades, oremos e, em parceria com o Espírito Santo, as nossas súplicas imperfeitas serão aperfeiçoadas (Romanos 8.26-27). Que contribuamos voluntariamente com o cuidado das pessoas, até que a obra de resgate esteja completa (2 Coríntios 8.1-6).

Essa obra de resgate envolve ir ao campo missionário (2 Coríntios 8.1); generosidade e partilha mesmo em meio à pobreza, para que Deus seja glorificado em nosso cuidado mútuo (2 Coríntios 8.2); voluntariedade para o trabalho árduo (2 Coríntios 8.3); assistência amorosa e generosa às causas santas (2 Coríntios 8.4-5); rotatividade, para que todos participem do trabalho (2 Coríntios 8.6); e zelo com a fé, doutrina e cuidado (2 Coríntios 8.7).

Eu creio que, para atendermos isso, cada crente deve participar da ação em que tudo isso se manifesta com potência e beleza: a obra missionária. É nela que missionários vocacionados se voluntariam; é nela que eles são preparados e enviados; é nela que o amor se manifesta como oração, incentivo e contribuição. A obra missionária, eu creio, é a oportunidade para mudarmos, em nome de Jesus, a história de povoados, vilas, distritos, cidades, estados, nações.

São as missões vivenciadas de forma plena que dão a chance para que as pessoas reorganizem as suas vidas, para que haja fé, justiça, paz, amor. As missões são a aliança do povo de Deus com o Senhor que fez Abrão sair do conforto do seu clã para tornar “benditas todas as nações” (Gênesis 12). Eu creio que a atividade missionária, vivida de forma plena e transformadora, permite que experimentemos aquilo que de melhor Deus manifesta através de nós para a Bahia, para o Brasil e para o mundo.

Pr. Brian Kibuuka
Teólogo e Professor na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)