Aspectos da evangelização entre povos indígenas a partir do alcance da tribo Pankaru
Ao pensarmos na Evangelização indígena, é de fundamental importância que reflitamos a partir da fundamentação Bíblica. Sendo assim, apresento a seguir algumas passagens bíblicas chaves para uma correta compreensão de tão relevante tema:
"Porque Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3.16)
"Isso é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade." (1Tm 2.3-4)
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado." (Mc 16:15-17)
"Depois dessas coisas, vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e na presença do Cordeiro, todos vestidos com túnicas brancas e segurando palmas nas mãos;" (Ap 7.9)
Resumindo: Deus ama o mundo todo, deseja salvar o mundo todo, enviou o Seu Filho para morrer vicariamente em favor do mundo todo e Jesus, antes de retornar para o céu, enviou a sua Igreja para pregar o Evangelho ao mundo todo, assegurando salvar a todos que puserem sua fé nEle para salvação. Sendo os indígenas tão humanos quanto nós, claro está que eles estão inclusos no imperativo Divino de evangelizar as nações!
Como se deu o início da evangelização da tribo Pankaru
Creio firmemente que foi a compreensão bíblica acima que levou a Convenção Batista Baiana (CBBA) a incluir em suas metas, por ocasião da realização da TransBahia em 2006, alcançar dois povos não alcançados em nosso Estado com o genuíno Evangelho de Jesus Cristo. Um dos povos alcançados foi a Tribo Pankaru, na Aldeia Vargem Grande, no Município de Serra do Ramalho, a cerca de 45km da sede do Município, a Agrovila 9.
Tive o privilégio de ser um dos integrantes da equipe de missionários voluntários que atuou neste município por ocasião da TransBahia. Ao chegarmos e tomarmos conhecimento da existência da Tribo Indígena no município, fomos informados que eram arredios à presença de evangélicos entre eles. No entanto, ao conversarmos com uma das irmãs da Congregação local, a irmã Delminda de Lima Silva, ela nos disse que sua secretária (empregada doméstica) tinha amizade com famílias da Tribo e que poderia nos levar até eles. Apresentados que fomos à sua secretária, ela confirmou ser amiga da Tribo e nos tranquilizou ao dizer que os indígenas eram receptivos. Feitos os contatos, fomos em número de cinco: eu, o Miss. Cézar Augusto, dois outros missionários voluntários e a secretária da irmã Delminda. Fomos bem recebidos pelo Cacique, o Sr. Edmilson Souza Silva, sendo marcado, creio eu, logo para o dia seguinte a ida de um grupo maior de missionários, ocasião em que se levou cestas básicas e se compartilhou do Evangelho com os integrantes da Tribo. O êxito nestes dois primeiros contatos encheu de alegria o coração da liderança da CBBA que, por ocasião de sua visita à nossa base missionária, decidiu também visitar a Tribo. Lembro-me de que o Pr. Raimundo Goodgloves, então Secretário Geral da Convenção, compartilhou o Evangelho com indígenas, e já pode colher um fruto para o Reino de Deus. Assim nasceu a obra missionária dos batistas baianos na Tribo Pankaru.
A continuidade da evangelização da tribo Pankaru
Em 2008, a Convenção enviou, para atuar especialmente na Tribo Pankaru, a Missionária Claudia Soares Pereira dos Santos, com formação em evangelização indígena, a qual permaneceu até o dia 24 de junho de 2017. Ao chegar, fixou residência na Agrovila 9, e frequentemente ia à Tribo, lá permanecendo alguns dias por semana e, quando necessário, semanas inteiras. Na tribo, ficava hospedada na casa do Cacique, o Sr. Edmilson, que juntamente com a sua esposa, a Sra. Ivone, a tinham em consideração de filha. Nesse período, ela realizou importantes ações missionárias: evangelização, discipulado dos convertidos, Projeto Calçada, impactos evangelísticos com o apoio de Caravanas Missionárias, Aniversário de quinze anos (debutante) de uma filha da sobrinha do Cacique, casamento Religioso com Efeito Civil de uma sobrinha do Cacique e, além disto, fez parte de uma Associação da Tribo Pankaru (isso só era possível a quem fosse da etnia indígena); lutou junto aos Órgãos do Governo em favor da saúde de indígenas, acompanhou famílias indígenas em momentos de luto, foi acompanhante de indígenas em internações hospitalares, entre outras. Acrescento ainda que a casa da missionária também era casa dos indígenas, uma vez que eles faziam refeições e até dormiam em sua casa. Por último, saliento que até a nossa chegada, em março de 2012, ela também acumulou a função de Diretora da Missão Batista em Serra do Ramalho (Agrovila 9). Louvamos ao Senhor por tão efetivo legado missionário deixado por esta corajosa jovem missionária.
Ao chegarmos em Serra do Ramalho, levamos a Missão a dar as mãos à missionária no esforço de alcançar os indígenas com o Evangelho, participando, inclusive, de várias das ações acima mencionadas. Coube a mim o privilégio, em uma das visitas, de colher, como fruto da ação da missionária e dos batistas baianos, duas importantes vidas para Cristo: a do Cacique, o Sr. Edmilson, e a da sua esposa, a Sra. Ivone, os quais passaram a ser nossos irmãos em Cristo. Além de visitas de casa em casa com o fim de lhes apresentar o Evangelho, também participei, dirigindo alguns cultos fúnebres da tribo, sendo o último, o do Cacique, ocorrido no dia 8 de agosto de 2022. Nesse tempo em que estivemos participando ativamente do esforço missionário para alcançar esta Tribo, tivemos o privilégio de ter, por duas vezes, alguns casais indígenas participando de encontros de casais com Cristo que foram realizados pela nossa Missão na Agrovila 9. Um destes participantes era o Pajé da Tribo.
A interrupção (pausa) na evangelização da tribo Pankaru
Com saída da Missionária Claudia Soares, a Missão (Congregação) decidiu por dar continuidade à obra missionária na Tribo. Nesse período, entramos em contato com a liderança da Convenção, e esta, inclusive em visita que nos fez no campo, informou-nos que o Conselho da Convenção decidiu pela não continuidade da Tribo Pankaru como campo missionário da CBBA. Mesmo assim, não deixamos de dar assistência à Tribo. No entanto, com a chegada da Pandemia do Coronavírus (COVID-19), houve a necessidade, por questão de prudência, de interrompermos a nossa ação missionária. Seria desastroso se, em alguma das nossas visitas à Tribo, algum integrante da caravana estivesse contaminado com o vírus e, sem o saber, transmitisse-o para algum indígena. Para preservar vidas, para evitar dificuldades com os Órgãos Governamentais que cuidam da causa indígena e, consequentemente, evitar escândalos, foi recomendável parar. Paramos as visitas presenciais, mas continuamos a assistência à distância, pois diariamente enviava para o Cacique e para sua filha, a mensagem do devocional Presente Diário, da Rádio Transmundial. Também continuamos assistindo por telefone e via WhatsApp.
Minha experiência na evangelização da tribo Pankaru
Além do que já foi apresentado acima, posso dizer que a minha experiência foi marcada por aceitação, êxito, rejeição e frustração. Aceitação na maior parte do tempo; êxito, na maioria das ações planejadas; rejeição, quando em alguns poucos momentos fomos interpelados com palavras do tipo: “você não é indígena. Por que está aqui?”; “nós já temos nossa religião e não queremos mudar”, etc; por fim, frustração: quando pessoas que ganhamos para Cristo, discipulamos, casamos, etc, nos deixaram para ir para outra denominação religiosa. Esse foi o caso do casal indígena Remilton e Vilma. Queriam se batizar mas, como viviam juntos, a Igreja promoveu o casamento deles na própria Tribo. No entanto, para tristeza nossa, casaram-se num dia e no outro já estavam se batizando em outra denominação. Tal fato se deu em decorrência da mãe do Cacique e algumas de suas filhas serem daquela denominação. Exclusivistas que são, pensando que somente a Igreja delas é a verdadeira, e que todas as outras estão erradas, fazem a cabeça dos outros membros da família para que sejam somente da Igreja delas.
Aspectos negativos e positivos
Negativamente, destaco os seguintes aspectos:
- A demora para se colher resultados. O processo para se ganhar a confiança, para se ter abertura para se pregar o Evangelho e para se obter uma decisão por Cristo, em geral, leva um bom tempo. Raras foram as exceções;
- Comunidade dividida. Na época em que estivemos atuando entre eles, a Tribo estava dividida em dois grupos, cada um dos quais tendo o seu Cacique e reivindicando a liderança da Tribo. Tamanha era a rivalidade que, certa ocasião, eles estiveram em pé de guerra por alguns dias. O grupo favorável ao Cacique Edmilson era mais aberto ao Evangelho. Já o outro, era arredio, e muitas vezes não participava dos cultos e de outras programações. Felizmente em outras ocasiões tivemos a participação de todos;
- Diminuição dos residentes. A Tribo tem passado por um processo de diminuição dos residentes. Os motivos são: falecimento, sair para estudar e trabalhar fora e, ainda, fixar residência na sede do Município;
- Cultura de dependência. Há, da parte de vários, forte interesse em receber, e quase nenhum em dar. Gostam muito de receber doações de alimentos, roupas etc. Há, inclusive, grande dependência dos programas do Governo. Tal afirmação não nega a realidade de que muitos outros trabalham na terra, seja com a lavoura, seja com o gado. Há os que trabalham para si e os que trabalham para outros;
- Apego à cultura indígena, especialmente aos aspectos religiosos. Mesmo tendo perdido vários aspectos de sua própria cultura, a exemplo da língua, eles são apegados às suas tradições religiosas, que incluem a devoção aos espíritos. Não é raro, por ocasião de suas comemorações, ao dançarem o Toré, ocorrerem casos de possessões malignas. Some-se a isto a forte influência outras religiões e denominações;
- Deslealdade. Como no caso anteriormente mencionado, do casal que a nossa Igreja realizou o casamento tendo em vista o batismo e integração deles ao rol de membros da nossa Igreja, mas o casal calada e traiçoeiramente, no dia seguinte se batizou em outra denominação. Onde ficou a firmeza na fé, o reconhecimento e a gratidão?
Positivamente, listo os seguintes aspectos:
- Alcançamos mais um povo não alcançado com a pregação do Evangelho. Se vários dos convertidos não permaneceram entre nós, que seria o natural, no entanto adentraram no Reino de Deus. A obediência dos Batistas Baianos resultou na salvação de vidas preciosas para as quais Cristo morreu na cruz. Não podemos nos esquecer de que uma vida vale mais do que o mundo inteiro;
- Libertação das falsas religiões. Valcirleide, uma das filhas do Cacique, o falecido irmão Edmilson, converteu-se a Cristo juntamente com o seu esposo, foram batizados e servem ao Senhor junto com os filhos na PIB em Bom Jesus da Lapa. Ela também é pedagoga e atua como professora na Escola Batista na cidade de Bom Jesus da Lapa;
- Paz na comunidade. Vejo que o Evangelho arrefeceu a animosidade entre os grupos rivais existentes na Tribo. Cristo é o Príncipe da Paz. O Evangelho, também é o Evangelho da Paz, da reconciliação;
- A ação evangelizadora na Tribo também resultou em melhorias sociais. Alimentos, roupas e calçados foram ofertados, por diversas vezes, a quem se encontrava necessitado; enfermos tiveram suas causas sendo reivindicadas junto às autoridades constituídas; tratamentos dentários foram oferecidos através de parceria (Instituto Água Viva, Junta de Missões Nacionais, PIB em Bom Jesus da Lapa e Missão Batista em Serra do Ramalho); situações de conflitos foram apaziguadas; etc.
Outros aspectos positivos poderiam ser acrescentados, mas esses já bastam para que nos certifiquemos de que vale a pena investir na evangelização dos indígenas. Coloquemo-nos ao dispor do Senhor!
Anunciemos a Palavra em toda a Bahia
Sabemos perfeitamente que a palavra anunciar significa: divulgar, fazer conhecer, levar conhecimento a mais pessoas. O tema da Campanha de Missões Estaduais de 2023 nos desafia a fazer Jesus conhecido através das nossas vidas, palavra, ações e atitudes.
Desde minha adolescência, Cristo me chamou para torná-Lo conhecido. Ainda jovem, fui estudar no Seminário de Educação Cristã, em Recife-PE, concluindo o curso em 1991. Mas, ainda no seminário, eu já tinha a convicção de que deveria voltar para a Bahia, para ser missionária no meu Estado. Dessa forma, escrevi para a então Junta Executiva da Convenção Batista Baiana, falando do meu desejo de ser missionária dos batistas baianos.
Em 1992, fui enviada para trabalhar em Brotas de Macaúbas, onde já atuava a missionária Marina Cerqueira. No ano seguinte, fui transferida para Morpará, onde existe hoje uma grande igreja atuante, vibrante, comprometida com a obra missionária. De Morpará fui para Chorrochó, onde também tem uma igreja forte, para a glória de Deus. Deixando o trabalho em Chorrochó com um casal de missionários, os quais organizaram a missão em igreja, fui para Sítio do Mato. Três anos depois, fui transferida para Nordestina; e de lá para barra do Mendes, onde atuo até a presente data.
Nosso Estado da Bahia é muito lindo, suas belezas naturais nos deixam perplexos. No entanto, a mais bela criação de Deus é o ser humano e, infelizmente, esse afastou-se do seu Criador por causa do pecado e, como consequência, vivemos dias de muita angústia, desespero e falta de paz. As pessoas caminham a passos largos para o inferno e nem sequer se dão conta do futuro triste que lhes aguardam.
Todos pecaram (Romanos 3:23). No entanto, Jesus veio para nos reconciliar com Deus (l Timóteo 2:5) As pessoas precisam saber essa boa nova, e Jesus nos convoca: Ide, pregai, ensinai. Vamos, irmãos, obedecer a ordem do Mestre. Sabemos que, quando investimos em vidas, estamos investindo para a eternidade. Tudo passa, mas a palavra do nosso Deus permanece para sempre. Não podemos transferir essa responsabilidade, só o povo de Deus tem esse poder (Atos 1:8). Também não devemos ser omissos: como ouvirão se não há quem pregue?
Grandes e pequenos, ricos e pobres, todos, sem distinção, precisam conhecer o Deus que nós conhecemos, para que creiam, se convertam dos seus maus caminhos e sejam salvos. Sejamos obedientes à palavra de Deus. Indo, anunciemos o evangelho, contribuindo, sendo um adotante para o sustento dos obreiros no campo, estejamos sempre orando: a oração de uma pessoa obediente a Deus tem muito poder (Tiago 5:16).
“Aqueles que tinham sido espalhados anunciavam o evangelho por toda parte”. Atos 8:4
Em Cristo Jesus, nossa esperança,
Lindomar Batista da Cruz, missionária da CBBA em Barra do Mendes
Anunciemos a Palavra aos Ciganos
História do Povo Cigano
Historiadores, com base em comparações sobre os dialetos de ciganos que viviam na Europa e na Índia, concluíram que esses dois grupos utilizavam as mesmas palavras, mesmo sem nunca terem se relacionado. Por causa desse estudo, afirma-se que os ciganos são do Norte da Índia e que, após serem expulsos do seu território, passaram a ser um povo nômade, percorrendo vários países do continente africano, até que cruzaram o Estreito de Bósforo, chegando na Europa no século XI, recebendo o nome de ciganos. Dividiram-se em três grandes grupos: Rom, Sinti e Calon, entre o Leste europeu.
A presença dos ciganos na Europa inicialmente foi vista com estranheza, mas, mesmo assim, contemplava-se o lado exótico de um povo que morava em qualquer lugar, carregava suas riquezas fixas no próprio corpo, como dentes de ouro e colares e, ao mesmo tempo, vivia da mendicância, da leitura de mãos, do comércio de cavalos, domadores de animais.
Não durou muito tempo e os ciganos precisavam sair às pressas dos países ibéricos como Portugal, porque não eram mais bem vistos por onde passavam. Para continuar sua jornada, o povo cigano implorava às autoridades que lhes dessem salvos condutos como peregrinos cristãos, para acharem guarida em outras terras.
Por não trabalhem como os outros e sempre com tempo disponível para as cantorias, astúcias e festas, os ciganos não se importavam com o modo de ser dos ocidentais e muito menos queriam ficar presos a uma profissão ou um país. Com o passar do tempo, as queixas só aumentavam contra os ciganos, acusados de roubar nas feiras, enganar os que com eles negociavam e de feitiçarias. Homens e mulheres ciganas eram levados ao Santo Ofício da Igreja Católica Apostólica Romana e, quando não condenados à morte, eram condenados a cumprir penas nas galés. Ao chegarem no Brasil, eram degredados pelos donatários de terras, pois não serviam para o trabalho escravo; os ciganos, sendo povo nômade, nunca plantaram lavoura.
Em 1574, já no Brasil, os ciganos da etnia já eram vistos como escória da sociedade, porque ostentavam um comportamento de não serem dominados por outro povo, coisa vã foi esta porque, até os dias de hoje, por mais que lute, o povo cigano é dominado pelo preconceito institucional.
Religião dos Ciganos
Em se tratando de religiosidade cigana, podemos perceber que os ciganos do Brasil, receberam influência maciça das religiões de matriz cristã europeia. Hoje os ciganos do Brasil podem ser considerados, na grande maioria, católicos. Não só os ciganos, mas todos os povos que foram trazidos para o Brasil, seja pela escravização ou pelo degredo, sofreram influência inquisitória do cristianismo, pela igreja Católica. Em outros países, encontramos ciganos Judeus, testemunhas de Jeová, Adventistas, mulçumanos; isso depende muito da cultura religiosa local com maior influência.
No Brasil, quando se fala de religiosidade cigana, vemos uma mistura de crenças em uma mesma base que sustenta a fé, pois temos grupos ciganos que se denominam evangélicos, outros que frequentam terreiros de matrizes africanas, espíritas; e há alguns que crêem em tudo que for sagrado, respeitando toda manifestação do sobrenatural.
Quando buscamos na história qual a base religiosa que está incutida na mente ou no imaginário cigano, percebemos que é o hinduísmo, a herança religiosa herdada da Índia; os ciganos acreditam em um Deus criador, bondoso, mas inacessível. Digamos que a fé nativa vem da Índia, mas essa fé foi se misturando a outras, desde o momento que o cigano passou a andar pelo mundo. Se na Índia o divino era representado por tipos de avatares (santos, ídolos) que se comunicavam como os ciganos, com o passar do tempo, os avatares foram substituídos pelos ídolos cristianizados da Igreja católica. Percebe-se que a herança religiosa do povo se baseia em crer em todos os deuses e, por causa de que pensam, não terem acesso ao Deus criador e que, somente através de um guia, pode ter seus desejos realizados. À medida que foram se afastando de seus territórios de origem, outros deuses foram agregados na memória dos ciganos, pois pensavam que, para sobreviver a jornada, eram necessários mais deuses.
Imagine que, quando o cigano se deslocava de um País para outro, por necessidades vitais era obrigado a sair da estrada para entrar na cidade em busca de água e alimento. Imediatamente sua entrada era proibida, até que todos os ciganos se prostassem diante da estátua do deus que regia aquele lugar. Em alguns casos, as estátuas eram do próprio rei ou imperador da cidade. Se achassem misericórdia ali, então aquele deus era memorizado e cultuado sempre que a fome e a sede apertavam.
Existem contos ciganos que apontam para uma teologia própria da salvação. Os anciãos ciganos contam que, quando seus ancestrais moravam no Egito, receberam José, Maria e o menino Jesus em seus acampamentos quando fugiam de Herodes e, com o passar do tempo, a família sagrada se tornou parte do povo, porque sofreu na pele a mesma rejeição, não podendo habitar onde nasceu. Diz ainda as ciganas velhas que, quando Jesus brincava com seus coleguinhas ciganos e alguém se machucava, ou quebrava o braço, o próprio Jesus curava, depois que as mães se acudiam com Maria. O tempo que a família sagrada morou com os ciganos no Egito foi suficiente para, na despedida, Jesus, ao regressar para a Terra Santa, pergunta aos ciganos se eles queriam a salvação nas mãos deles ou deixasse com Ele? Ao passo que os ciganos pensando que a salvação era um objeto, respondiam: leve com o senhor, pois não temos casa para guardar e nas suas mãos ninguém lhe toma.
Por causa deste mito, muitos ciganos hoje acham que já nascem salvos e, por isso, não precisam se submeter a nenhuma doutrina ou mudança de comportamento.
Casamento e costumes dos ciganos
As famílias ciganas mantêm sua posteridade casando-se entre eles mesmos. O casamento endogâmico acontece entre parentes com pessoas entre 13 e 17 anos; algumas jovens ciganas são prometidas ao menino desde o ventre da mãe e o valor da mulher cigana é demostrado na preservação da pureza da moça através da virgindade até o casamento, que publicamente é amostrada no lençol branco a todos.
A cerimônia de casamento, que pode durar três dias, é regada com muita bebida, comida e danças, é uma espécie de encontro regional de todas as famílias e, enquanto se divertem, fazem berganhas, tratados de noivados e paz entre famílias rivais.
Para os jovens nubentes, o casamento é um rito de passagem, pois é com esse evento que o homem alcança a emancipação dos pais para, de forma autônoma, transitar na comunidade cigana. Também é o início de uma transformação psicológica dos nubentes para pôr em práticas valores e comportamento ligados ao sentimento de ser cigano, como procriar com uma cigana, assumindo a sua identidade de ser cigano não casando-se com uma jurim (mulher não cigana). É também oportunidade do rapaz desenvolver sua moral, vergonha e honradez frente à comunidade e da moça ter filhos machos para ser vista como bem aventurada, trazer sorte para a família do marido e prosperidade.
Sempre alegres e com muita cor nas vestes, as ciganas são extremamente vaidosas, sedutoras e observadoras. Demostram sua alegria também pelas joias que usam e, ao mesmo tempo, revelam o poder que o marido tem pelo número de joias que usam de uma só vez. Quanto menos joias a cigana possui, menos respeito tem o marido frente aos outros ciganos e, por consequência, não pode ter facilmente o respeito da própria mulher e da comunidade se quiser ter outras esposas ciganas ou não, ser temido por outros e ser apresentado como líder entre os demais.
Os ciganos, mesmo sendo um povo com suas tradições e comportamentos extravagantes, ainda esconde muito de si. Dificilmente os ciganos vão renunciar sua representatividade de ser cigano autêntico por uma religião ou fé. Por exemplo o perdão ensinado por Jesus é quase inobservado por um cigano que se sente como um líder “guerreiro” na comunidade. O perdão pode levar ao fim do que ele pregou sobre si mesmo ao longo da vida, tornando-o frágil e envergonhando sua família, rebaixando-se ao inimigo, mesmo que seja parente de segundo grau, e pode levá-lo a perder todo o respeito.
Mesmo o cigano mostrando-se temente a Deus e entendendo que deve respeitar o sagrado, nada disso faz ele se submeter a uma doutrina. Os ciganos são movidos e regidos pelo senso de vergonha e honra entre eles mesmos e com não ciganos. A vergonha de ser humilhado pelo pai em público pode levar o filho a atirar na própria mão, para não ter que matar o pai. A honra, quando manchada, pode levar o cigano a pelar a cabeça ou raspar o bigode, até que limpe sua honra.
Geralmente, a mulher fica incumbida de fazer sorte para seu marido. Isso acontece quando chegam das feiras livres com sacolas na cabeça e uma boa quantia, resultado da quiromancia. As ciganas, ao sair de casa pela manhã para mais uma jornada, invocam espíritos de parentes mortos para que lhes mostrem a sorte, revelem os segredos e lhes deem uma cliente que possa pagar muito pela leitura da mão. Existem muitos ciganos que, ao viajar e passar na frente do cemitério no qual tem parente enterrado, fazem o sinal da cruz e rogam a companhia dos mortos para uma boa viagem.
A cigana, mais sensível ao divino e sem muitas prerrogativas para sustentar o machismo para defender sua casa, pode visitar igrejas na intenção de mudar a sorte do marido e, se tomar uma decisão frente a Cristo, não pode ser batizada até que o marido autorize. Caso receba o batismo, ela nunca deixará de dançar, usar joias, vestidos típicos. Também está sendo comum a cigana sair da igreja por um período para procurar noivo para sua filha, a partir dos 12 anos, pois temem perder a sorte de um bom casamento para as filhas se não frequentarem festas de casamento e salões de dança, até que sua filha case e, se esta mulher for arrima de família, certamente não deixará de ler as mãos dos gadjes (não ciganos).
A fé do povo cigano é baseada em experiências e manifestações sobrenaturais. Para o povo cigano, é mais fácil crer quando as materializações da fé acontecem através de milagres, curas, consultas e revelações visíveis e imediatas. O cigano vê a figura do pastor como um oráculo e, sendo santo, tem a obrigação de sempre lhe abençoar e nunca lhe apontar o pecado para que mude de comportamento. Para isso, alegam sempre que têm permissão de Deus para fazer o que quer, pelo fato de terem ajudado José e Maria no Egito.
Quando perseguidos, os ciganos eram obrigados a ter que falsamente adorar um deus para achar mercê das autoridade e se manter vivos com as esmolas que lhes davam, na cidade, bem como trocar seus cavalos por porcos e carneiros para comer.
A figura da igreja, seja católica ou protestante hoje nas comunidades ciganas pode, em alguns casos, irritar os ciganos, porque alegam que nunca foram vistos pela igreja quando passavam fome e que eram perseguidos pela santa igreja e carentes do amor e atenção do clero. A verdadeira religião do cigano é sobreviver a qualquer custo doa a quem doer. A visão que os ciganos têm de uma pessoa que não é cigana é aquela de exator, que submete ao sofrimento, rejeição, racismo, bullying e não é confiável.
Ciganos e fontes de renda
Nos tempos de engenho, o comércio dos ciganos era a venda de animais para carga e produção de açúcar; no tempo da industrialização, as mercadorias do Paraguai eram sua fonte de renda, como rádio relógio; no tempo do transporte motorizado, a compra e venda de carros era sua fonte de renda; no tempo da sedentarizarão dos ciganos, o ato de emprestar dinheiro ainda é a principal fonte de renda dos ciganos em todo o Brasil.
Essas transformações no cotidiano da vida cigana deu a comunidade algumas facilidades para sobreviver, sem precisar roubar alimentos, produzindo na comunidade a paz através da barriga cheia. Sendo assim, o povo conclui de forma indireta no seu julgamento em relação a igreja que agora não precisa mais de indultos papais, nem das esmolas de crentes piedosos que eram concedidos simplesmente para que os ciganos deixassem suas cidades. É notório que a independência que o comércio gerou nas comunidades ciganas afastou a fé em uma espécie de deus que só era invocado quando estavam debaixo do chicote da rejeição. Com isso, a religiosidade dos ciganos passou a ser expressada não mais pela sobrevivência quando eram nômades, mas por causa do sedentarismo para a prosperidade, pois o básico para se manter vivo já conseguem facilmente. Diante disso, a presença da igreja não é tão interessante assim.
O desafio de evangelizar ciganos
Em comunidades muito pobres, a presença da igreja é bem aceita, justamente porque o básico para sobreviver ainda falta. Em busca de uma cesta básica ou por um atendimento de assistência social imediato, é possível fortalecer vínculos de amizades com alguns ciganos. Mas não se deve pensar que, ao fazer isso, você consegue entender ou mudar a base de fé construída sobre um terreno sincrético desde a Índia e totalmente despreocupado sobre o pósmorte ou destino da sua alma.
A evangelização do povo cigano deve acontecer pelos moldes transculturais. Deve unir ferramentas antropológicas culturais e sociais, contextualizando a cultura frente às Escrituras para uma melhor compreensão da cosmovisão religiosa da etnia alvo. Antes de qualquer coisa, deve-se estabelecer uma confiança/relacionamento com o povo, que ultrapasse as linhas da assistência e do interesse por parte dos ciganos de serem beneficiados. Ao passar o momento que chamamos de exploração missionária, e após o missionário ser rejeitado por várias maneiras e visto como um doido que perde tempo falando de religião para ciganos, começa o desarmamento dos ciganos em relação ao missionário, permitindo-o ver a verdadeira forma de pensar sobre a vida, o futuro e sonhos da comunidade. Quando o relacionamento chega a esse ponto, o missionário não é visto por alguém que está ali fazendo doações para se aproveitar de informações, vendo o cigano como objeto de estudo, mas sim por amor a Cristo.
Depois de um ou dois anos, o missionário é visto pela comunidade como um amigo, que está pronto para ajudar e, se algum cigano novato chegar e tentar explorar o missionário, os ciganos nativos saem em defesa dele, alegando que o missionário é homem de Deus e já demostrou ser fiel a comunidade.
Inicialmente, os ciganos convertidos a Cristo vão se medir e se comparar com o missionário nas questões de valores, dotes, buscando ser padrão para a sociedade e, de repente, revelando o complexo de inferioridade que sentem desde crianças por causa do que ouviu a vida toda: “cigano não presta e não serve para nada”. É nesta hora que o missionário vai ensiná-lo a se amar, valorizar e fortalecer sua identidade como um cigano transformado e que será capacitado para levar seu povo a Cristo.
Também é bom cuidar para não fazer a extração forçada dos ciganos de seu “habitat natural” para os templos e impondo mudanças drásticas de comportamento ou pensamento com base no que a Bíblia diz. Considerar os sentimentos do povo e estilo de adoração através de músicas que o façam lembrar suas lutas, ancestrais, vínculos. Entre os convertidos, sempre haverá um cigano que teve acesso a escola e foi diretamente afetado pela cultura ocidental e que queira ser parecido com o missionário ou até parecer ser mais inteligente frente aos outros ciganos. O missionário deve ter o equilíbrio e sabedoria para explorar o potencial de cada um para que não crie predileção, uma vez que os ciganos, de modo geral, são ciumentos e exigem tratamento e presentes iguais para todos.
O povo cigano ainda é um dos povos menos evangelizados no Brasil. Estima-se que na Bahia haja 80 mil ciganos e, sendo um povo invisível aos olhos da igreja, é necessário que provoquemos o despertamento da igreja para que, através da oração e jejum, um avivamento aconteça.
A atuação dos missionários ciganos
Desde 2011, os batistas, através da Primeira Igreja Batista em Cruz das Almas, buscam desenvolver missões no meio de nosso povo. Nosso trabalho, inicialmente, é fazer com que a Igreja tome consciência da necessidade de métodos transculturais para a evangelização do povo cigano, que está entre um dos povos menos evangelizados do mundo. No início, pregamos o evangelho através do nosso testemunho, sem falar muito, uma vez que para o nosso povo era impossível uma casal de jovens ciganos suportar as doutrinas e sobreviver sem fazer negócios como um cigano.
Chegamos a trabalhar para a Missão Amigos dos Ciganos (MACI), na 8ª Igreja Presbiteriana em Minas Gerais, com trabalho de plantação de igrejas autóctones na Bahia. Daí surgiu a Congregação Batista Chapadinha em Cruz das Almas e Camaçari.
Assumimos uma congregação com um ano de organizada, em Cruz das Almas, e os ciganos que já tinham se convertido e foram batizados por mim passaram a congregar juntamente com outros irmãos não ciganos, chegando a uma média de 60 pessoas; desses, 20 são ciganos.
Deus nos mandou ir em busca de um casal chamado Jaílton e Alcione. Passamos cinco anos indo toda semana para Camaçari-BA, onde residem. Fazíamos leitura bíblica e discipulado com eles, enquanto os críticos da própria família deles ouviam as boas novas à distância. Após alguns anos, formamos um grupo de estudo com dez casais que se converteram e fundamos a primeira congregação batista da Bahia genuinamente cigana.
Sempre ao chegar nos acampamentos, fazemos rodas de conversas para contar histórias bíblicas, oramos e pedimos a Deus uma boa sorte para aquelas famílias, para o mal se afastar, que o Espírito Santo os proteja e, enquanto isso, as crianças ficam no colo dos pais ou sentados no chão perguntando para que ser crente. À noite, íamos para a congregação e Deus sempre operava avivamento nos corações.
Em outros acampamentos, ao chegarmos, geralmente os homens se afastam com a presença dos missionários, mandam as mulheres dar atenção aos pastores, porque têm vergonha se alguém lhes mandar ler a Bíblia, temem cair no meio da oração ou pedir para falar em público. No momento que pregamos o evangelho para o povo cigano, geralmente todos concordam com o que nós falamos e entendem a mensagem, mas colocam as necessidades da vida em primeiro lugar, impedindo que a semente brote.
Realizamos algumas ações sociais em algumas comunidades como de São Felipe, Governador Mangabeira, Sapeaçu e Cruz das Almas. O que eles mais gostam é de louvar e cantar músicas que têm ritmo e melodias com estilos sertanejos, seguimento musical que mais se identificam. São muitos emotivos e choram facilmente com a presença de Deus nos louvores.
Na pandemia, nossa congregação fechou e nosso trabalho ficou mais restrito a cerimônias de noivados, casamentos, aniversários e apresentação de crianças, já que a igreja Católica não facilitava o acesso para tal.
Atualmente, com o esvaziamento das Igrejas, continuamos em busca do fortalecimento dos ciganos que estão conosco e do resgate daqueles que se afastaram. Contudo, temos visto que Deus tem operado muito na vida dos ciganos através dos batistas baianos, uma vez que é a única denominação no Nordeste a colher frutos palpáveis na evangelização do povo ciganos.
A tarefa precisa ser completada e, para isso, devemos pedir ao dono da seara que mande ceifeiros para a sua colheita. Muitos são os desafios para a evangelização de qualquer povo, principalmente para os ciganos que ouvem o evangelho a pouco mais de dez anos na Bahia.
Nosso próximo objetivo é mapear as principais cidades com maior presença de ciganos no Estado e desenvolver estratégias para a evangelização através de treinamento capacitação e parcerias com nossas igrejas.
Pr. Robelito e Arlete Cardoso, missionários ciganos da CBBA
Anunciando a Palavra às pessoas em estado de vulnerabilidade social
O Projeto Metanoia surgiu da grande migração de pessoas de seu habitat natural, o lar, para as ruas e os viadutos de Salvador-BA. Em setembro de 2016, em uma tarde de terça-feira, os pastores Décio Pimentel, Eber Mesquita e David Pina foram para a região do bairro das Sete Portas, com o objetivo de cortar cabelo de pessoas em estado de vulnerabilidade social e, além disso, oferecer um delicioso cachorro-quente.
Poucos meses depois, surge o Projeto METANOIA como uma nova porta aberta para abençoar pessoas, como o Alex, o Adriano e o Ariel, que são hoje servos de Deus e fazem a diferença na sociedade. Ariel, casado, pai de uma filha e professor de barbearia na Igreja Batista Sinai; Adriano, casado e funcionário da Convenção Batista Baiana e Alex, gestor de uma unidade do Projeto Metanoia na região de Arembepe, no município de Camaçari-BA e aluno do curso de Missiologia ministrado pelo Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil.
Quando transitamos pelo comércio de Salvador, não é difícil perceber que a classe trabalhadora é formada por diversos povos, culturas e origens. A cena já virou comum em nossos centros urbanos: por exemplo, na avenida Sete de Setembro, nos comércios informais de rua, nos baleiros dos transportes públicos e nos malabares dos semáforos fechados, vemos o retrato dos imigrantes, que buscam em Salvador oportunidades de uma vida digna, mas que se deparam com uma realidade de desemprego e ausência de políticas locais voltadas para a situação migratória. Em muitos casos, vivem o primeiro contato com o racismo e a xenofobia.
A cada ano, muita gente sai de suas cidades em busca de melhores oportunidades em Salvador e acabam tornando-se vulneráveis debaixo de marquises, viadutos e casarões abandonados, engrossando as fileiras que acumulam aproximadamente vinte mil indivíduos em estado de vulnerabilidade social.
Atividades propostas no Projeto Metanoia
Café da manhã, café da tarde, banho, muda de roupa, abará, acolhimento, corte de cabelo e curso de barbeiro, design de barba e sobrancelha.
Segundo o site G1.com, até o dia 16 de abril deste ano, 14% da população de Salvador, cerca de 242.873 famílias, encontra-se em situação extrema de pobreza, o que pode ainda aumentar drasticamente o número de pessoas morando nas ruas. O aumento foi de um percentual de 14,49% em menos de quatro meses.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados em dezembro, a população em situação de rua no Brasil cresceu 38% entre 2019 e 2022 e atingiu 281,4 mil pessoas. Em uma década, de 2012 a 2022, o aumento foi de 211%.
O que a igreja pode fazer diante de um quadro tão desanimador? Segundo Lucas 8, Jesus nos ensina a termos os nossos olhos voltados para as ruas. "E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com ele." (Lucas 8:1)
O Pr. Fernando Brandão, falando para os missionários da Junta de Missões Nacionais no ano de 2015, encorajou-os afirmando que Jesus Cristo tem cheiro de rua e a igreja precisa voltar-se para aqueles que vivem desgarrados como ovelhas que não têm pastor.
"E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos seus discípulos: A ceifa é realmente grande, mas poucos os obreiros. Rogai, pois, ao Senhor da ceifa, que mande obreiros para a sua colheita." Mateus 9:36 - 38
Deus abençoe e nos ajude a termos missionários com os olhos voltados para as ruas.